Nova droga é esperança para paciente graves que sofrem de insuficiência cardíaca sistólica

Testes mostram que o omecamtiv mecarbil atua na força do coração, é segura e reduz chances de eventos adversos e hospitalizações

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2008 e 2017 morreram 106 mil pessoas de insuficiência cardíaca no Brasil, uma doença debilitante e que pode levar à morte. Uma nova droga chamada omecamtiv mecarbil traz esperança para pacientes, especialmente os que apresentam características mais graves da doença.

A substância foi avaliada no estudo multicêntrico “Ativação de Miosina Cardíaca com omecamtiv mecarbil na Insuficiência Cardíaca Sistólica”, realizado por profissionais de vários lugares do mundo, e que contou com a participação do Dr. Miguel Morita, cardiologista da Quanta Diagnóstico por Imagem, como investigador. O estudo foi publicado pelo The New England Journal of Medicine, no site NEJM.org, em meados de novembro. O estudo teve como autor principal o médico John R. Teerlink, da Cardiologia do San Francisco Veterans Affairs Medical Center, nos Estados Unidos, e foi patrocinado pela bio-farmacêutica americana Amgen.

Dr. Morita explica que os testes com o omecamtiv mecarbil mostraram que há uma nova via de atuação na abordagem à doença e que a droga é segura e reduz chances de eventos adversos e hospitalizações. “Ficou demonstrado que é possível atuar diretamente na força do músculo do coração sem causar riscos, o que não tinha sido demonstrado previamente. Esta medicação tem um papel potencial em pacientes mais graves, com fração de ejeção mais reduzida e que não respondem aos tratamentos habituais”. Mesmo assim, o médico esclarece que a droga ainda não foi aprovada para uso e nem há estimativa para a sua liberação. Ele esclarece que todo medicamento precisa passar por etapas de aprovação para a maior segurança do paciente.

Morita faz um agradecimento especial aos 8.256 pacientes que foram inscritos no estudo e que se deixaram analisar durante uma média de 21,8 meses. “Sempre precisamos dos pacientes, e eles se comprometem  para ajudar a humanidade. Participar de pesquisas é um lindo ato de altruísmo. ”, diz.

Insuficiência cardíaca

Desde os anos 1980 há quatro classes de medicamentos que auxiliam o tratamento de pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca sistólica. Esse problema ocorre quando o coração não consegue bombear corretamente a quantidade necessária de sangue para fora, ou seja, tem a fração de ejeção reduzida. Assim, drogas novas são constantemente desenvolvidas e testadas. O omecamtiv mecarbil foi a primeira a demonstrar eficácia e segurança ao agir diretamente na força do músculo cardíaco para bombear o sangue para fora.

Dr. Miguel Morita explica que há casos em que o paciente já nasce com o problema, mas a maioria adquire ao longo da vida, devido ao estilo de vida ou mesmo em decorrência ao envelhecimento. Há diversas doenças que podem levar à insuficiência cardíaca, como o mal de Chagas, diabetes, pressão alta, tabagismo, obesidade, infarto, miocardite. Até mesmo a covid-19 é um fator de risco, mas ainda não se sabe se é um efeito duradouro da infecção pelo coronavírus.

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